Pular para o conteúdo principal

GRAMÁTICA DESCRITIVA

Por Ana Paula de Araújo (INFOESCOLA).






A gramática normativa é um livro que expõe noções e regras essenciais, estabelecidas por especialistas e baseadas no uso da língua escrita, consagrada por bons escritores. Sendo assim, a gramática normativa oficializa regras e leis para a variedade dita padrão ou culta. Esta gramática considera as demais variedades da língua como irregularidades.
A gramática descritiva é o estudo do mecanismo pelo qual uma dada língua funciona, como meio de comunicação entre os seus falantes. Esta gramática estuda a estrutura formal da língua e descreve regras, tanto da língua escrita como da língua falada. A análise é independente do que é considerado certo ou errado pela gramática normativa, considerando prioritariamente o uso da língua para descrever suas regras.
Como a língua sofre mudanças, frequentemente muito do que é prescrito na gramática normativa já não é mais usado pelos falantes de uma língua. A gramática descritiva não tem o objetivo de apontar erros, mas sim de identificar todas as formas de expressão existentes e verificar quando e por quem são produzidas.
Tem sido denominada de gramática descritiva, porque faz, na verdade, uma descrição da estrutura e funcionamento da língua, de sua forma e função. Ela trabalha com o falante ouvinte ideal, permitindo associar a cada expressão da língua uma descrição estrutural e estabelecer suas regras de uso, de modo a separar o que é gramatical do que não é gramatical.
Em suma, a Gramática descritiva destina-se a descrever ou explicar as línguas tais como elas são faladas. Explicita as regras que realmente são utilizadas pelos falantes, pois todos seguimos regras. Descreve como se dá o funcionamento da língua e seus usos; é a descrição de como a língua funciona e de seus usos; é o conjunto de regras sobre o funcionamento de uma língua nos mais diversos aspectos ou níveis. A principal diferença em relação à gramática normativa, é que, na primeira, há a preocupação em ditar regras que muitas vezes só são observadas na escrita; enquanto que, a gramática descritiva explicita as regras que os falantes sabem e que usam no dia-a-dia. Mesmo que os falantes não utilizem a forma padrão da língua, jamais usarão uma diversidade que não seja usada por algum grupo social.


Bibliografia:
MATTOSO CAMARA JR, Joaquim Estrutura da Língua Portuguesa. Petrópolis: Vozes, 2004; p.11.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PRONOMES POSSESSIVOS

São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa possuída). Por exemplo: Este caderno é meu . (meu = possuidor: 1ª pessoa do singular) Observe o quadro: A forma do possessivo depende da pessoa gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam com o objeto possuído. Note que: Por exemplo: Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquele momento difícil. Observações: 1 - A forma seu não é um possessivo quando resultar da alteração fonética da palavra senhor. Por exemplo: - Muito obrigado, seu José. 2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam posse. Podem ter outros empregos, como: a) indicar afetividade. Por exemplo: - Não faça isso, minha filha. b) indicar cálculo aproximado. Por exemplo: Ele já deve ter seus 40 anos. c) atribuir valor indefinido ao substantivo. Por exemplo: Marisa tem lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. 3- Em frase...

MORFEMA

É a menor unidade de sentido das palavras, onde consiste em vários termos que por obrigação devem apresentar um sentido próprio. EXEMPLO: Prefixo Sufixo Radical Vogal Temática Tema Desinência O prefixo é um morfema que é colocado antes do radical mudando seu sentido básico. EXEMPLO: DESABRIGADO – o prefixo DES tem seu sentido básico em relação a palavra ABRIGADO colocando em sentido contrário. O sufixo é o morfema que vem depois do radical. EXEMPLO: MENININHO – o sufixo INHO tem seu sentido básico em relação à palavra MENINO colocando a palavra em sentido diminutivo. O radical é o morfema que informa sobre o sentido básico da palavra. EXEMPLO: PEDAÇO – o radical PEDAÇ é um morfema que informa o sentido da palavra PEDAÇO, a partir dele podemos formar variadas palavras como: PEDACINHO, PEDAÇÃO, DESPEDAÇADO. A vogal temática é a vogal que vem depois do radical de verbos como AMAR e nomes como CASA. As vogais temáticas de verbos são as vogais A, E, I, ou seja,...

DIFERENÇA ENTRE TESE E ARGUMENTO

A TESE - constitui a ideia principal para a qual um texto pretende a adesão do leitor ou ouvinte: é o objetivo de convencimento do leitor ou ouvinte; OS ARGUMENTOS  são os motivos, as razões utilizadas para convencer o leitor da validade da tese. ARGUMENTOS DE AUTORIDADE- recorre a fontes de informações renomadas, como os autores, livros, revistas especializadas, para demonstrar a veracidade da tese. É o tipo de argumento mais encontrado em livros didáticos ou em textos científicos. ARGUMENTOS POR RACIOCÍNIO LÓGICO - resultam de relações lógicas. Os mais comuns são os de causa e consequência e os de condição. Se este argumento não estiver bem estruturado logicamente, qualquer evidência de sua inadequação faz sua argumentação cair em terra. Os textos publicitários são argumentativos por excelência porque visam, pela própria função, agir sobre a vontade, as crenças e os comportamentos do leitor. Considerando então as diferentes formas que os ARGUMENTOS podem assumir para co...