TEORIA DA REDAÇÃO
A redação no vestibular, ou em qualquer tipo de concurso, certamente já causou muito mais horror, tremores, faniquitos e bloqueios do que hoje. Destarte, passou o tempo, aprendeu-se a conviver com ela, mas não se lhe descobriram os segredos, não se lhe assinalaram as técnicas, não se lhe adquiriu o sabor gratificante da convivencia: tornou-se conhecida, mas não intima.
O vestibular nos exige muito mais que garatujas, rabiscos, arremedos de comunicação verbal lançados ao papel. As falhas, sabemo-las, são de base. A reforma do ensino, com o distanciamento da cultura humanística, assolou o debilitado saber, contribuindo muito mais para um ensino pragmático que se coloca adverso "ao gosto pelas letras".
E comunicarmo-nos é criar. É oferecer a outrem as nossas ideias, as nossas opiniões, as nossas experiências de vida. É mostrar a nossa cultura e personalidade. A comunicação escrita, muito mais que oral, é o nosso autorretrato. A redação surge como um verdadeiro espelho do que somos - é o peso de nossa bagagem cultural. Ora, entendendo-a, mesmo que inconscientimente, como reflexo da nossa bagagem formativa, como reflexo "do que sou", parece-nos normal a reação instintiva de detestá-la, de abstraí-la de nosso dia-a-dia, pois seria anormal o regozijo por uma redação que nos lembrasse todas as limitações de que somos possuidores. E, ainda por cima, com nosso nome e assinatura... É demais!
mas, entenda-se o vestibular como uma grande maratona, e suponha-se que, no lugar da redação (com número de linhas e tempo definidos), existissem dos vestibulandos uma prova de natação, por exemplo: " o candidato deverá nadar quinhentos metros em cinquenta minutos; não atingir o estabelecido implicará a atribuição do grau zero". Um percentual insignificante de candidatos (aqueles que fizeram da natação, desde a infânciam, uma prática constante) não se preocuparia em absoluto com tal prova. Apenas, ao longo do ano preparatório, continuariam a manter a forma. Os outros, a maioria esmagadora (tal como na redação), seriam obrigados a submeter-se a treinamentos constantes e intensos, que lhes exigiriam muita força de vontade e autodeterminação em treinar mais, muito mais do que uma vez por mês ou por quinzena ou por semana. Force-se, agora, um paralelo com a redação e sinta-se o quanto nos falta, não para escraver algumas linhas (como para dar algumas braçadas suficientes para atravessar a piscina na sua lateral), mas para escrevermos (ou nadarmos) o suficiente em técnica e correção, com limites de tempo e de numero de linhas, de forma a nos possibilitar concorrer, mais do que participar, a uma vaga na universidade.
É necessário, portanto, que cada um, conscientizado de suas limitações e necessidades, se atire de corpo e alma a um trabalho de treinamento continuo e gradativo, com vistas a melhorar a sua redação, à luz das técnicas e orientações dadas.
O esforço, a dedicação, o reconhecer-se débil - mas capaz - são os elementos que, juntos, propiciarão ao aluno as condições para adquirir a autoconfiaça perdida ao longo de anos sem preparo específico, refletidos basicamente em bloqueios e brancos mentais, ou na apavorante quantidade de erros que surgem após uma correção. É básico que cada um venha a acreditar em si mesmo, sinta-se o suficientimente capas de, por meio de treinos continuos, elaborar uma redação que atinja os padrões mínimos de objetividade, clareza e correção das ideia: pré-requisitos exigidos e propostos para a redação nos vestibulares ou nos concursos públicos.
Portanto:
Eu+Força de vontade
proporcional às Minhas Dificuldades =
TREINO+TREINO+TREINO+...
Esta é a regra: Escrever? Só escrevendo...!
EDITORA DCL - www.editoradcl.com.br
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